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  • Foto do escritorCris Campos

O Ladrão e o Rei



Era uma vez na Índia antiga um ladrão que queria deixar de ser ladrão para se tornar uma pessoa melhor. Mas ele não sabia fazer outra coisa da vida senão roubar.


Foi então ao encontro de um velho sábio que lhe disse: "você é ladrão assim como toda sua linhagem familiar, porém, você deve ter uma qualidade da qual se orgulha para que possa cultivá-la e enaltecê-la todos os dias da sua vida".


O ladrão pensou e percebeu que ele sempre falava a verdade, nunca mentia e foi essa qualidade que decidiu praticar acima de tudo todos os dias da sua vida.


Uma noite, o ladrão decidiu roubar o palácio real. Eis que o rei estava passeando pelo jardim após um dia entediante, buscando algo que lhe tirasse o vazio existencial.


Os dois se encontraram e o rei perguntou: “quem é você?”. O ladrão disse a verdade: “sou um ladrão e vim roubar o tesouro real.”


O rei viu ali a possibilidade de viver a emoção e a aventura que estava procurando desde cedo, e então disse:


“eu também sou um ladrão. E sei onde se guarda a chave da sala do tesouro. Façamos juntos o trabalho e dividamos o lucro”.


O ladrão concordou.


Os dois aventureiros entraram no palácio, chegaram na sala e roubaram o tesouro. Para que o rei não ficasse completamente na miséria, propôs ao amigo ladrão que deixassem ali naquela sala um único diamente, ao que ele concordou e dali saíram com todo o resto do tesouro real.


Já estava amanhecendo e o rei disse que teria que voltar para casa, mas não tinha como carregar todo aquele tesouro naquele momento. O ladrão então propôs que levasse tudo para sua casa e no dia seguinte fariam a divisão. O "amigo" concordou e assim o ladrão explicou exatamente aonde morava, sem mentir ou enganar, seguiu seu caminho e o rei voltou ao palácio.


No dia seguinte, o rei vislumbrou a possibilidade de testar seu primeiro ministro. Chamou-o e disse: “ontem à noite tive um sonho estranho. Sonhei que o tesouro fora roubado. Vá à sala conferir, pois um pressentimento está oprimindo meu coração.”


O ministro entrou na sala, viu o diamante que sobrou e pensou:


“O nosso rei perdeu absolutamente tudo. Este único diamante não fará nenhuma diferença”.


Escondeu a pedra preciosa sob a túnica e voltou à sala do trono, dizendo que Vossa Majestade estava certo e efetivamente, o tesouro inteiro havia sido roubado.


O rei mandou prender o ladrão, no caso seu primeiro ministro e lhe contou todo o acontecido: desde o encontro com o “colega” de profissão até o detalhe do diamante que eles deixaram na sala.


Desta forma, o rei descobriu que o seu ministro não era de confiança, pois mentia e roubava.


Em seu lugar, nomeou como primeiro ministro seu novo amigo, o ladrão. Este, dada a sua nova ocupação, deixou de roubar.


Moral da história: valorize e enalteça suas qualidades em detrimento dos seus defeitos. Elas se tornarão tão luminosas que poderão até mesmo sanar os seus defeitos.


Por Cris Campos

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